O caminho. Foi exatamente aqui que nasceu a capa do meu primeiro livro Aqui há Mel. Este caminho está escondido algures no Alentejo, mais precisamente numa pequena aldeia de Portalegre. Parece um simples caminho, mas tem  t u d o. Tem a beleza da vida, tem o silêncio, tem a paz, tem a lembrança, tem a simplicidade, tem a luz. Tem a história. É a fotografia da capa no seu lugar. O encaixe per(feito) com amor. Entre os dois registos, difere apenas a estação do ano. A caminhada com a Mel foi registada num dia quente de uma primavera já bem presente, com todas as suas flores e as suas cores. Assim como já tinha também florescido a escrita, e feita de Poesia. Em cada palavra, uma pétala. Em cada caule, um pensamento. Em cada folha, uma página. Em cada flor, um renascimento. E isso é o Aqui há Mel. Passei desse dia de primavera para o de outono que está nesta fotografia, onde seguro o livro exatamente no seu lugar, no seu caminho. Esta passagem de uma estação para a outra é uma coincidência feliz, que me faz lembrar do seguinte: mesmo que as folhas caiam, elas podem nascer de novo. Tal como podemos sempre escrever uma nova página. Tal como podemos sempre fazer um novo caminho. Porque a viagem é longa, mas pode ser bonita. E, durante essa viagem, encontramos a esperança nos tons de verde que a natureza nos dá, como que a recordar a quem a vê e a sente: é possível. E isso é o Aqui há Mel. 

A fotografia da capa do livro Aqui há Mel foi tirada pela minha mãe. E isso é Amor. 

– Fabiana Couto